Obrigado ao Jornal Diário do Vale e a jornalista Roberta Caulo.
Publicado em 5/2/2011, às 09h59
Roberta Caulo
Sucesso e muita batalha, esse é o segredo do grupo teatral Cutucurim. Cheio de talento, a companhia completa 20 anos na estrada e está repleta de expectativas para 2011. Peças e novos projetos estão sendo alçados pelo grupo composto por 9 pessoas, todos angrenses. Segundo João Novaes, um dos integrantes do Cutucurim a formação atual do grupo que nasceu em 1987, é a mesma há dez anos, e dentre os integrantes, dois deles, Márcia Brasil e Mário dos Anjos, estão no elenco desde a fundação.
- O grupo foi atuante até 1999 e após um tempo parado, retomou as atividades em 2003 - conta João, ressaltando que a maioria dos integrantes são jovens apaixonados pelos palcos.
João Novaes, Mário dos Anjos, Monique Eucário, Flaviana Ayres, Evelyn Ramos, Maykon Renan e Márcia Brasil, formam um dos grupos mais premiados de Angra, que inicia hoje a temporada de apresentações no Sesc Tijuca, no Rio de Janeiro, apresentando um espetáculo de arte popular chamado "O piolho, a caolha, a morte e as quatro irmãs que não deveriam falar". A peça estreou em 2009, em Angra, depois de uma pesquisa de seis meses, feita pelo grupo em cima do universo de Câmara Cascudo e do teatro narrativo do autor do texto e diretor, Ribamar Ribeiro.
- Quando o grupo foi retomado, remontamos uma peça de 1998, que contava a história da padroeira da cidade de Angra dos Reis e para isso, convidamos o diretor do Rio de Janeiro, Sérgio Machado - conta.
Segundo João, manter viva a cultura brasileira, a tradição e a importância do teatro, é o principal objetivo do grupo, que luta para que o teatro se torne cada vez mais acessível a todos.
- Não ficamos restritos a uma única linguagem, buscamos abordar temas de interesse geral e que tenham como foco a cultura popular brasileira - afirma.
O grupo foi o responsável por fundar o ‘Encontro Nacional de Teatro de Rua', que esse ano vai para a 15ª edição e é reconhecido nacionalmente. Para João, o Cutucurim por ser um grupo como ele mesmo afirma angrense e não carioca, procuram sempre trabalhar com profissionais da região, valorizando a localidade.
- Fizemos uma temporada de apresentações no Chile em 2007 com a peça ‘O Auto do Trabalhador', um espetáculo com mais de 50 prêmios e 80 indicações - afirma João atribuindo todo o sucesso e reconhecimento ao trabalho árduo que realizam no dia-a-dia, sempre buscando evoluir e se atualizar para ter uma base.
Nova temporada
‘O piolho, a caolha, a morte as quatro irmãs que não deveriam falar' conta histórias cheias de magia, música, dança e emocionam crianças, jovens e adultos. A temporada 2011 no Sesc é mais uma conquista do Cutucurim, que teve o espetáculo selecionado entre os 10 primeiros, de um grupo de 300 inscritos no Edital 2010 da 10ª Mostra Sesc CBTIJ (Centro Brasileiro de Teatro da Infância e Juventude). O espetáculo ficou como um dos cinco melhores em cartaz no Rio de Janeiro ano passado pela Revista Veja Rio.
- No ano passado, através desse mesmo prêmio, o grupo se apresentou em seis cidades do Estado do Rio: Teresópolis, Nova Friburgo, Caxias, Campos, Barra Mansa e Rio de Janeiro (Madureira e Pavão Pavãozinho) - conta João, ressaltando que em Angra, o espetáculo foi apresentado seis vezes. Para o integrante do grupo o que ainda falta na região é o incentivo ao teatro, que é pouco difundido.
Consagrados
Segundo João Novaes, junto com o autor, os integrantes do Cutucurim escolheram as histórias e mergulharam no universo das tradições populares.
- O espetáculo é como uma colcha de retalhos onde são revividas a fábula de uma princesa que criava um piolho; o melodrama de uma mulher caolha; a comédia de uma mãe que tinha vergonha das filhas que falavam errado; e o lúdico, que trata a morte de maneira entusiasmante. Tudo isso faz com que o público se integre aos contos - conta.
O espetáculo já foi visto por mais de quatro mil pessoas e é de autoria e direção de Ribamar Ribeiro com preparação vocal de Fabrício Ramos e Karina Ochoa. As músicas foram gravadas pelo Grupo Zangareio e PC Castilho (Angra). Figurino e maquiagem ficam por conta de André Vital - figurinista de várias escolas de samba do Rio de Janeiro. O cenário colorido e cheio de vida é do artista Cachalote Mattos. Emmanuelle Torres é a assistente de direção e operadora de luz é Elaine Alves.
O Grupo de Teatro Cutucurim, águia real em tupi-guarani, surgiu em 20 de setembro de 1987, buscando sempre um aprimoramento técnico, da pesquisa e do amadurecimento artístico.
- Escrevemos e encenamos vários espetáculos, utilizando sempre da rua, salas de espetáculos e de espaços alternativos - conta João.
O Grupo montou e ganhou as ruas com o espetáculo "O Auto do Trabalhador", de livre inspiração na obra de João Siqueira, com adaptação e direção de Mário dos Anjos, em 2005.
- Adquirimos conhecimento no âmbito nacional e ganhamos 31 prêmios e 41 indicações com este espetáculo, que também dá as suas graças novamente no 21º Entepola - Santiago, Chile.
Finalmente em 2007, o grupo mantendo a linguagem de caráter popular, chama a diretora e atriz Michelle Cabral para a direção do espetáculo "O Vaqueiro que não Sabia Mentir", buscando no intenso trabalho corporal, assim como, na voz e atuação do grupo o aprimoramento de sua arte, através do embasamento teórico e prático e com aperfeiçoamento de seus integrantes.
Serviço
Mais informações sobre o Grupo Cutucurim podem ser encontradas no blog (grupocutucurim.blogspot.com) ou pelo telefone ((24) 92250289). A temporada de apresentações do espetáculo "O piolho, a caolha, a morte e as quatro irmãs que não deveriam falar" começa hoje, no Sesc Tijuca, que fica na Rua Ernesto de Souza, n°143 e o espetáculo fica em cartaz até o dia 27 de fevereiro, durante todos os sábados e domingos, a partir das 17h.Leia mais:
http://diariodovale.uol.com.br/noticias/3,35309.html#ixzz1DO2UFzT2
